O presente trabalho pretende refletir sobre a resolução do problema da responsabilização da gestão de carreira dos funcionários de uma organização empresarial. Pois, quando olhamos atentamente para o ser humano, suas actividades e seus empreendimentos, constatamos que este se caracteriza por uma necessidade irrefreável de crescimento. A estagnação parece aborrecê-lo.
A consciência da própria ignorância e pequenez o incomoda e o impele a superar-se, a buscar conhecer, a dominar, a alcançar os cumes, enfim, a ser grande. Tal necessidade se torna ainda mais agravada quando o ser humano se acha num mercado de trabalho altamente competitivo e num mundo onde os avanços da ciência e da técnica crescem exponencialmente, forçando-o a uma constante adaptação e domínio desses avanços para poder conservar o seu lugar e, mais, alcançar lugares cada vez melhor.
As necessidades citadas acima, dentre outras, levaram a que o funcionário atual se preocupasse intensamente com o estado da sua carreira, em como tê-la devidamente organizado. Esta se tornou o sinal visível do seu desempenho profissional. Crescer na carreira significa que se cresce em desempenho, o que motiva e alegra. Decrescer nela, significa o oposto e gera pressão e razão de todas as preocupações. Além de o trabalho atender à necessidade de crescimento pessoal inerente ao ser humano, ele, o trabalho, também é a via mais legítima e comum de garantir o seu sustento.
Então manter-se, regredir ou progredir na carreira, significa também manter, diminuir ou aumentar o seu sustento. Objecto de suma atenção, portanto. Essa consciência da relação directa entre a carreira e bem-estar do funcionário e a consequente mudança de comportamento dos funcionários com relação ao domínio de suas carreiras levou-os a exigirem de suas empresas muito mais do que delegar-lhes actividades e acompanhar resultados, a empresa precisa se preocupar com o bem-estar e a satisfação de seus funcionários, além de procurar transmitir valores e objectivos, o que também aumenta a produtividade da empresa. Assim, são duas necessidades que se complementam: da empresa, que mantém um funcionário satisfeito e produtivo, e do funcionário, que identifica na empresa onde actua a possibilidade de crescimento e desenvolvimento profissional (Real et al, 2012).Partindo deste cenário, alguns questionamentos surgem: o desenvolvimento de carreira tem sido fomentado nas empresas? Os profissionais planeiam suas carreiras? Como ocorre este planeamento? Os profissionais se sentem responsáveis pelo seu desenvolvimento profissional? Em que medida atribui à organização essa responsabilidade?
Autor: Carlos Sebastião, 2018
Editor: Cefal, 2023
Fonte (Texto Integral): A RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS NA GESTÃO EFICIENTE DA CARREIRA DOS FUNCIONÁRIOS: CASO O HOSPITAL GERAL DO CUANZA SUL (2016)
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